Já há algum tempo eu venho acompanhando a trajetória de Denzel Washington por apreciar a sua atuação. Sinceramente curto muito a forma dele trabalhar e conduzir seus papéis. Inclusive, ele participa de ótimas projeções também, com destaque para o marco em sua carreira "Dia de treinamento", que lhe rendeu o oscar de melhor ator.
Este filme, "Deja vu", fala sobre o pressentimento de já termos antes visto ou vivido algo que acabamos de conhecer: a interessante sensação de nome homônimo "deja vu".
Na trama Denzel Washington é o agente Doug Carlin da Agência de Tabaco, Álcool e Armas de Fogo (ATF) que é requisitado para recuperar provas através de vestígios de um atentado, envolvendo uma bomba contra uma balsa.
O roteiro envolvente cria um universo paralelo entre passado, presente e futuro. A estória apresenta uma equipe que desenvolveu a mais alta tecnologia para auxiliar nas investigações. Uma espécie de "máquina do tempo".
O tal projeto envolve captação de imagens reais de qualquer ponto. Essas imagens podem ser conferidas como um filme, com um retrocesso de quatro horas, podendo ainda interagir entre o melhor ângulo e posição.
O equipamento foi construído sob a intenção de contribuir para o esclarecimento de casos praticamente insolucionáveis, como o caso da balsa investigado por Denzel, já que podem ver através das gravações o que exatamente aconteceu com as vítimas.
O personagem de Denzel, o agente Doug Carlin, interessa-se por uma das vítimas do atentado (que está morta) ao vê-la em sua rotina pelas imagens capturadas através do aparelho. A equipe que é responsável pelo complexo aparelho, revela ao agente que há possibilidade de enviá-lo até lá. Doug interessado em chegar ao fundo do caso, motivado pelo interesse que a vítima lhe despertou, numa tentativa de concluir o mistério e salvar a moça, ele é transferido para o passado momentos antes de ocorrer o atentado.
O decorrer do filme é progressivo, intrigante e mais que atrativo. Assim como a estória que é desenvolvida sobre questões importantes para a reflexão pessoal. Mas, mesmo assim "Deja vu", apesar de ter um enredo complexo que exige um bocado de massa cefálica, acaba falhando em alguns pontos.
O diretor Tony Scott levanta questionamentos interessantes sobre poder ou não interferir no tempo, mas essa questão não desfoca a mesmice do assunto que, envolve a idéia de voltar ao passado, incluindo ou retirando algo no tempo, que acaba alterando fatos no futuro. Idéia repetida e muito utilizada até em desenhos animados.
Não posso deixar de destacar que na trama também não convence a tal tecnologia desenvolvida. É irreal demais! Os argumentos utilizados para explicarem a lógica do tal aparelho são sem nexo, provando para o espectador que algo assim nunca poderia ser inventado. Muitos podem até não se atentar a isso, ou afirmar que isso não é relevante para a estória, mas eu discordo. Isso funciona em filmes de comédia que tem uma brecha para aventurar-se no improvável e no exagero, não em uma ação que se apresenta de forma adulta e inicialmente circunspecta. Talvez se encaixasse melhor num filme de Will Smith.
Os diálogos, o clima da estória, tudo é levado de forma séria demais para ter esse recurso capaz de interceptar o tempo. A sensação deja vu é quase substituída por uma impressão pérfida do roteiro. Sem contar nos furos e erros de continuidade.
Só que, por incrível que pareça "Deja vu" não é prejudicado. O filme é bem movimentado, com cenas bem produzidas e montadas, ótimos efeitos, além de ter uma atuação segura de Denzel (mas não a esperada).
A recente Paula Patton, como a responsável pela paixão de Denzel no filme, está bem no papel. É dificil pra mim, ao vê-la, não notar uma leve semelhança com Halle Berry . Em "Espelhos do medo", filme no qual ela está, quando vi o trailer pela primeira vez, achei que fosse a atriz de "Mulher gato".
O elenco contém nomes conhecidos como Jim Caviezel (Jesus de "Paixão de Cristo"), Val Kilmer ("Batman Eternamente"), se firmando mesmo como mero coadjuvante, e Elle Fanning, irmã da ótima Dakota Fanning, esta que trabalhou também com Denzel em "Chamas da vingança" em 2004.
Finalizando,"Deja vu" é isso, um filme de muita ação, bem aproveitado, apesar de longo, que prende a atenção e entrete. E se quem o assistir conseguir não reparar nos erros, garanto que o desfrute da película será melhor.
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