A versão sem cortes de "Sex Drive - Rumo ao sexo" é simplesmente uma brincadeira escrachada do diretor e roteirista Sean Anders, juntamente com Jhon Morris, também roterista e produtor do longa que, consiste em adicionar mulheres e homens nus às cenas, sem nenhuma ligação com a estória. Simplesmente estamos assistindo ao filme e passa alguém nu na cena. O close, claro, nos seios e nos pênis. Tosco!!
Bom, esquecendo essa besteira por parte da produção, o filme conta a estória de Ian, interpretado pelo desconhecido, porém, carismático Josh Zuckerman.
Ian, tem o perfil convencional do nerd virgem, que contrabalança sua personalidade entre a ingenuidade e a perversão sexual.
Ian, tem um melhor amigo, Lance, um tipo super sacana que desperta o interesse da mulherada. O curioso é que Lance, interpretado pelo cheinho e também pouco conhecido Clark Duke, foge ao esteriótipo de beleza adolescente. O que gera menos clichê ao batido perfil do personagem garanhão.
O roteiro aqui segue a mesma fórmula explorada desde os anos 80: jovens aventurando-se em busca de sexo casual.
O estilo de comédia do precurssor "Porki´s", ressucitado nos anos 90 por "American Pie", é exatamente a base para o desenvolvimento desta trama sacana.
Além dessas comparações, "Sex Drive - Rumo ao sexo" tem um estilo bem similar ao de "Eurotrip - Passaporte para a Confusão". Entretanto, diante de tanto cotejo, a aventura de Ian, ainda assim, tem uma certa peculiaridade.
Ian, trabalha numa espécie de lanchonete que vende donnuts (roscas) no shopping center local. Por isso, ele, esporadicamente, precisa se caracterizar de rosca gigante, realizando o trabalho de panfletagem para divulgar o local. O que simplesmente é culminante em seu declínio social.
Constantemente avacalhado pelo irmão mais velho, e superado pelo irmão mais novo, Ian, ainda virgem, resolve atravessar o país em busca de uma loira que ele conheceu num site de relacionamento.
Iludido com a idéia de iniciar-se sexualmente com ela, ele, juntamente com Lance, e sua melhor amiga Felicia, interpretada pela fisicamente perfeita Amanda Crew, parte em busca da Srta. Tasty (codinome virtual da loira).
É exatamente nesse ponto do roteiro que é inevitável não reportá-lo à "Eurotrip - Passaporte para a Confusão".
As loucuras pelo meio do caminho são óbvias, porém, a participação de James Marsden como Rex, o irmão mais velho de Ian, é o que acelera mais a trama.
Rex, otário, bruto e ironicamente homofóbico (assista para entender), sai à procura do irmão, por conta de seu carro Pontiac GTO Judge de 1969 que, Ian pegou sem pedir, para impressionar seu contato da net.
Durante a viagem nesse Road Movie, o trio se depara com várias situações bizarras, tendo como a principal uma comunidade Amish, retratada aqui de forma exagerada e subjetiva. Tem até uma ponta do grupo de rock, Fall Out Boy, se apresentando para eles.
O diretor Sean Anders consegue dar um ar desprentensioso à essa comédia, porém, não consegue fugir dos clichês e do desfecho prevísivel, inferindo em um romance barato.
Apesar de ser um filme estritamente adolescente - tanto em sua concepção quanto em seu público alvo - , o filme tem muitas cenas engraçadas, mesmo possuindo uma linguagem depreciativa, mesclada a um amontoado de nudez desnecessária.
Há duas cenas de risada gratuíta, porém, marcantes no filme pra mim: uma é a cena em que Ian cheira o dedo do irmão mais novo (alusão à superioridade sexual do caçula) com direito a um diálogo cômico; a outra é de Ian ajudando uma jovem bêbada, aspirante a Amish, que vibra sempre que ouve a palavra "Rumspringa" - nome dado a uma festa tradicional deles que, foi reproduzida aqui em forma de bacanal. São dois episódios bobos, mas que me fizeram gargalhar.
Confesso, o filme podia ser melhor, mas vale assistir descompromissadamente... frisando, longe do público infante.
O resultado é razoável, mesmo considerando o fato de seu roteiro ser uma costura de vários filmes do gênero.
O destaque do longa vai para o protagonista que, pode se tornar figurinha fácil nesse tipo de filme, e para a participação de Seth Green, como um sarcástico Amish (eu sei, é redundante remeter o adjetivo "sarcástico" à figura de Seth Green, mas foi necessário...).
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