A refilmagem "Invasores" até onde sei, não obteve boas críticas. Até entendo, pois mesmo cada uma com sua peculiaridade e objetivo, são inevitáveis as comparações com as adaptações anteriores. Porém, quero neste comentário, olhar esse remake como algo singular.
Nessa ficção que pende para o suspense, temos a ótima Nicole Kidman que, depois do memorável suspense psicológico "Os Outros", mostrou que deveria investir mais em papéis do gênero.
Sua expressão é uma das melhores quanto a traspassar o pânico de um personagem. O que é muito explorado nesse longa dirigido por Oliver Hirschbiegel.
Infelizmente o roteiro não é dos melhores, mas o filme é uma diversão à parte. Nicole praticamente merece os créditos por grande parte do entretenimento.
Na sinopse vemos que após um acidente espacial, começam a ocorrer fatos estranhos, como algo resultante do mesmo.
Nosso mundo agitado e barulhento, vai tornando-se calmo, sem uma razão plausível. As pessoas parecem que tomaram vacinas à base de frieza e falsa diplomacia.
Carol Bennell, personagem de Nicole, como psicológa, passa a perceber a inexistência súbita de emoção por parte das pessoas ao seu redor. Até mesmo presenciando um suicídio em local público, as pessoas se mantém indiferentes diante de tal tragédia.
Daniel Craig, entra em cena como o Dr.Ben Driscoll, amigo de Carol. Ao especularem ambos a razão do comportamento incomum das pessoas, eles descobrem através de pesquisas um certo hospedeiro alienígena que está se propagando como um vírus entre os seres humanos.
A estória começa a ficar atrativa no momento em que Carol desvenda o fato de que quem foi infectado percebe quem está ileso através de seu comportamento expressivo. A partir dessa premissa, passamos a ver o decorrer da trama sob a ótica de Carol.
A parte mais intrigante do filme e ponto alto para a atuação de Nicole, é exatamente quando ela vivencia os momentos mais tensos caminhando pela rua, reprimindo qualquer sinal de emoção, em busca de seu filho que está com o pai, possivelmente já infectado. E o mais incrível é ver Nicole simultaneamente apavorada, enquanto finge estar indiferente com os acontecimentos caóticos ao seu redor para não ser descoberta e contaminada.
A impotência, o medo, a preocupação com o filho sentidos por Carol, fazem com que Nicole seja a pólvora do filme, deixando Craig numa posição coadjuvante na mais pura essência de tal posição.
O maior erro do filme foi incluir uma criança à história, pois os momentos em que ela aparece são os mais batidos do longa. Já o grande acerto do filme é utilizar como a ameaça da vez, pessoas aparentemente comuns.
Sem excessos e mortes escabrosas, o filme consegue prender a atenção e deixar o espectador inquieto na cadeira.
Os problemas políticos e sociais são abordados como subtexto na trama. O que cai muito bem.
Diante dessa atmosfera aterradora e retesada, "Invasores" é diversão garantida.
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