14 julho 2009

Filme "OS ESQUECIDOS"

"Os esquecidos" foi, com certeza, a pior decepção cinematográfica que tive. E seu pior furo foi justamente onde não deveria: na conclusão.
Inicialmente o filme apresenta algo diferente de tudo que foi mostrado. Algo realmente inovador que prendia a atenção até do mais disperso ser humano.
Eu nem sequer conseguia cogitar uma hipótese para o desenlace da trama encabeçada por Julianne Moore ("Magnólia").
A forma com que foi construído o roteiro, à princípio, não deixava brechas para suposições. Realmente a dúvida e o a curiosidade foram despertadas ao acompanhar esse longa.

A estória do filme é centrada em Telly Paretta (Moore). Ela vive tentando adaptar-se a idéia de ter perdido seu filho de 8 anos num acidente de avião. Entretanto, logo seu psiquiatra, Dr. Munce, tenta convencê-la de que seu filho nunca existiu, e que suas lembranças são um distúrbio desenvolvido por ela.
Com as lembranças vívidas em sua mente, Telly inicia uma corrida para provar a existência de seu filho, porém tudo que ela tinha como "prova" sumiram sem vestígios. Até mesmo supostas fotos com ele.

Quase convícta de sua insanidade, ela conhece Ash Correll (Dominic West), e juntos continuam a busca por respostas, pois Ash também começa, por incentivo de Telly, a lembrar que tem uma filha, a qual ele não sabe onde está nem como a esqueceu.

Seguindo esse raciocínio, "Os esquecidos" tinha tudo para ser um marco no gênero do suspense. Com certeza se bem sucedido, já teria aí suas duas ou três cópias. Contudo, Gerald Di Pego, contentou-se em dar vida a um roteiro fraco e descartável.
É uma pena, pois friso que o início do filme é ótimo e instiga a imaginação.
"Os esquecidos" poderia hoje ser um clássico moderno, se tivessem tido o trabalho de elaborar com calma e racionalidade seu encerramento. No entanto, com seu final original conseguiu ser apenas um suspense banal, improvável e enganoso.

Para não dizer que o filme é de todo ruím, destaco a atuação de Dominic West ("300"), e principalmente Julianne Moore que, como sempre está impecável. Acredito que a construção e o trabalho que ela teve com Telly necessitava, até como respeito a atriz, um final dígno.

No mais o filme só funciona se assistí-lo até a metade. Assim seu final ficaria sob a curiosidade de cada um. Idéia ridícula? Não comparada ao desfecho do filme.

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