11 novembro 2009

Filme "MEU TRABALHO É UM PARTO"

Lindsay Lohan já foi uma "adolescente em crise”, talvez por essa razão, nesses últimos anos ela optou por se mostrar uma adulta inconsequente.
Após seus desvarios alcóolicos, tendo como efeito inúmeros escândalos sociais, Lindsay parece não ter mais alternativa quando escolhe seus filmes. É um fracasso seguido de outro, sempre marcado por películas de baixo orçamento e direção inexperiente.
A jovem hoje, fisicamente mais magra e menos bonita – resultado de uma vida desregrada –, perdeu sua imagem “cuti cuti” de quando estrelava filmes produzidos pela Disney.
Em relação a isso, só posso dizer: “Lindsay Lohan não é mais aquela, olha a cara dela...”. A paráfrase perfeita pra definir a atual condição da carreira da loirinha.
Está certo que o intuito do comentário é falar sobre o mais novo filme de Lindsay, mas é necessário ter um mero vislumbre de sua vida pessoal, para entendermos o porquê de sua decaída na profissão.

Bom, o título do longa é uma tradução espertinha, mas nada original: “Meu trabalho é um parto” (Labor pains, 2009).
O roteiro conta a estória de Thea, uma jovem que a se ver ameaçada pelo desemprego na editora em que trabalha, inventa para seu chefe que está grávida, visando à idéia de não ser despedida devido a sua condição de “gestante”. Porém, sem pensar no que isso acarretará, ela mantém a farsa e passa a tirar proveito da situação em todos os sentidos.

Pra começar, o filme é uma bomba! Pois é, não há termo mais apropriado que este para definir esta produção. A estória é fraca, mal desenvolvida e muito sem graça. Quase a mesma descrição do desempenho sofrível de Lindsay no papel principal.
Tudo bem que ela nunca foi referência no quesito atuação, mas nota-se facilmente seu constrangimento ao representar à personagem que, mais deslocada impossível!
E mesmo tendo uma premissa aparentemente interessante, infelizmente, por conta da direção preguiçosa, tudo se tornou extremamente parco, pra não dizer, medíocre.
Os diálogos são superficiais, a fotografia e a arte nada inspiradas, e o elenco secundário não serve nem como suporte. Sendo assim resta somente Lindsay para carregar o filme, o problema é que ela não tem mais carisma pra isso.

A atriz Cheryl Hines ("Férias no trailer"), pouco aproveitada aqui, começa bem com sua presença ligeiramente divertida de personagem coadjuvante, no entanto, sem mais nem menos sua participação se torna esporádica, limitando-se a proferir falas sem importância.
As cenas, então, sob condição muito pior, destacam-se pelo aspecto amador e pela falta de agilidade em sua composição. Isso porque o posicionamento da câmera parece estar estagnado, filmando sempre o mesmo ângulo dos atores, como se estivessem em um episódio de sitcom – com exceção de uma tomada rápida no final feita pelo recurso de uma grua muito mal direcionada, o que também é uma informação irrelevante.

Entre tantos problemas técnicos e estruturais, como a trilha sonora quase nula e de baixo volume que deixa tudo ainda mais monótono, o filme simplesmente se arrasta e não atinge um ponto alto sequer.
E como se não bastasse, o desfecho se diverge em mais uma trama do subgênero romântico, que tenta utilizar a comicidade como distração, para culminar em mais um amor adocicado, manipulado e sem química. Pode até se dizer que este era o detalhe que faltava para tornar o enredo ainda mais debilitado.
Agora, pra piorar (!!!), nos momentos finais o roteiro tende a trazer alguns resquícios de drama, o que é óbvio à tentativa frustrada, se nem mesmo a comédia, que deveria naturalmente estar inserida à estória, funciona aqui.

Sem mais, “Meu trabalho é um parto” se conclui de forma ingênua, clichê e com todas as limitações imagináveis, entrando aí para o ranking dos fracassos cinematográficos de Lindsay Lohan, conseguindo superar até mesmo o terrível “Eu sei quem me matou”.
Depois disso só posso dar um conselho: prefira entrar em trabalho de parto a assistir este filme.


08 novembro 2009

Filme "GAROTA INFERNAL"

Ao tornar-se conhecida por co-estrelar o blockbuster de 2007 “Transformers”, Megan Fox se tornou referência em sensualidade, graças à silhueta perfeita e sua beleza estonteante. E porque não dizer, tornou-se por este motivo a garota-sensação na época.
Agora em 2009, após a sequência de “Transformers”, a morena volta protagonizando este terror teen intitulado como “Garota infernal” (no original “Jennifer's Body”), tornando-a novamente o foco da vez.
Com certeza, essa foi a oportunidade de Megan Fox provar ser mais do que um rostinho (e corpinho) bonito. Por certo não decepcionou, mas também não passou de uma performance mediana.

Outra que ficou conhecida na mesma época que Megan, foi Diablo Cody, a ex-stripper que se “redimiu” da profissão se tornando roteirista, tendo seu debute muito bem reconhecido com o Oscar de “melhor roteiro original” por seu trabalho em “Juno”, película estrelada pela notável Ellen Page.
Desta vez, Diablo é responsável pelo roteiro de “Garota infernal”. O filme foi aguardado “em cólicas” por muitos, alguns para verem Megan em um papel promissoramente sexy, outros para confirmarem se o talento de Diablo foi sorte de principiante.
Adianto que o filme não é de todo banal, mas não merece ser visto pelos motivos acima. Primeiro, a sensualidade de Megan, mesmo com ela se insinuando desde a primeira tomada, está um pouco comedida e sombria - detalhe este nada estimulante pra mim. Já o roteiro de Diablo, absurdo e fetichista, não é de todo ruim, mas nada comparado à “Juno”.

A estória é sobre Jennifer, uma “cheerleader” de colegial popular e sedutora, que mexe com o imaginário da rapaziada do colégio. Como companhia ela tem sua melhor amiga Needy (Amanda Seyfried), uma loirinha permissiva e com pinta de nerd.
Certo dia, uma aspirante banda de rock ao chegar à cidade atrai a atenção de Jennifer, provavelmente envolvida pela idéia de se relacionar com um cara da “cidade grande”.
Ela e sua passiva amiga Needy vão até o bar no qual rolará a apresentação, chegando lá o local é tomado por um incêndio, e sem que perceba isso, por estar estaticamente cativada pelo vocalista da banda, Jennifer é salva por Needy que, após livrá-la de ser carbonizada, não consegue impedir que Jennifer vá embora com a banda numa van.

A partir deste ocorrido, eventos estranhos começam a acontecer, envolvendo corpos de garotos mutilados por aparentes mordidas.
Needy, na mesma noite do acidente no bar, presenciou dentro de casa uma cena um tanto sobrenatural de Jennifer, após sua volta do "passeio" com a banda, então, ela começa a ligar os pontos e por fim, deduz ser Jennifer a responsável pelos assassinatos, tendo logo após a confirmação pela boca da própria, quando esta confessa ter sido vítima de um ritual satânico feito pelos roqueiros.
Os integrantes da tal banda de rock, certos de que por via do tal sacrifício conseguiriam fama (e conseguem!), erram na escolha da oferenda por não ser esta virgem, e como consequência abrem espaço para o aparecimento de um demônio no corpo da jovem moça. E agora, para manter-se forte, a criatura precisa se alimentar. Qual é o cardápio? Obviamente, garotos.
Como resultado desta aventura pode-se esperar mortes, sexo e muitas tiradas cômicas.

Bom, a meu ver a maior injustiça do filme é que Megan Fox leva todos os louros do longa, quando, na verdade, quem brilha é Amanda Seyfried, a Needy da estória.
Megan apresenta uma boa atuação, embora, para quem seja consideravelmente bonita não há dificuldade em instilar sensualidade, enquanto Amanda tem mais expressão e uma representação mais precisa.
Já no que diz respeito ao roteiro, o talento de Diablo é irrevogável, porém, a inclusão de humor nos diálogos, apesar de inteligentes e afiados, comprometem o terror, deixando uma pérfida impressão no tocante ao gênero.

Os adolescentes – como público alvo – serão brindados com uma trilha sonora típica à idade deles e um clima sugestivamente picante, preenchido por uma beldade de idade adulta, interpretando uma adolescente (fato muito comum em seriados) mais que oferecida. Um prato cheio pra galerinha dos hormônios.

Por outro lado, sob uma visão não tão otimista e pouco apaixonada, "Garota infernal" não cumpre o que promete por meio do thriler, o desenvolvimento também é meramente superficial, a fórmula não é original, não assusta, e a cena mais marcante, absolutamente, se dará pelo beijo super caliente de Megan e Amanda (pura apelação já que não acrescenta nada à estória)...
No mais, filmes assim ganham evidência por mostrarem ídolos adolescentes fora de papéis que os consagraram. O mesmo ocorreu com Vanessa Hudgens em “High School Band” e Zac Efron em “17 outra vez”. Só existem para angariar mais fama aos astros teens. E a bola da vez é Megan Fox.


01 novembro 2009

Filme "O MISTÉRIO DAS DUAS IRMÃS"

O gênero terror na visão oriental, quase numa escala unânime, sempre é explorado sob temas sobrenaturais que se restringem à figuras fantasmagóricas.
Por sempre usarem a mesma fórmula, não é de hoje que se desgastou o sub-gênero “terror psicológico”.
No mesmo caminho, temos os produtores de Hollywood que há anos, incentivados estritamente pela bilheteria, clonaram o tal “padrão de terror oriental”, e é só o que há desde então (maldita seja a influência de “O chamado”!!!).
Por este motivo, os filmes de terror (e não somente esta categoria) tem se tornado infelizmente uma espécie de compilação generalizada.

O filme “The uninvited”, que no Brasil tornou-se “O mistério das duas irmãs”, exemplifica bem essa era desprezível que impera em Hollywood.
O longa é uma adaptação americana da produção sul-coreana intitulada de “Janghwa, Hongryeon” (Nos EUA é “A Tale of Two Sisters” ) lançada em 2003. No Brasil, o original sul-coreano ganhou a tradução de “Medo”.

O roteiro é obviamente um carbono do oriental. Alteram-se os nomes, as locações, mas a essência da estória e dos personagens continua intacta.
A sinopse é esta: Anna (Emily Browning) e Alex (Arielle Kebbell) são irmãs e muito apegadas. Anna, a caçula, após presenciar a morte da mãe doente – resultado de uma explosão ocorrida no quarto em que a mesma costumava ficar –, se vê em um internato tentando se reabilitar do trauma, sem conseguir ao certo encaixar as razões pelas quais ela foi parar lá. Enquanto Alex tem certeza de que sua mãe foi assassinada pela madrasta Rachel (Elizabeth Banks), que trabalhava como enfermeira da mãe convalescente no local.
Ambas ao voltarem, simultaneamente, para a casa do pai, tentam desvendar o mistério da morte, a fim de revelar o responsável.
Nesse meio tempo, Anna passa a ver o fantasma de sua mãe que, parece indicar-lhe as pistas necessárias para se concluir o mistério. Devido aos indícios e ao comportamento estranho da madastra, as suspeitas contra ela só aumentam.

Bom, voltando à atenção ao roteiro, o mesmo possui alguns ingredientes básicos que, na verdade, servem mais como regras mesmo: a casa velha que faz ruídos; os sustos previsíveis; o corredor mal iluminado; o lago próximo a casa; a mocinha com roupinhas sem graça, de personalidade ingênua e curiosa; a nímia quantidade de sangue nas cenas, e por aí vai. Tudo muito aborrecido.
É certo que muitos filmes de terror consagrados também fizeram uso de alguns desses clichês, o problema é que essas produções infames extrapolam. Um bom roteiro, personagens bem elaborados, enquadramentos precisos, o uso da sonoridade como um apoio e não como a razão, são recursos em extinção nos filmes de terror.

Quanto à trama, esta se desenrola de forma lenta (outra característica irreparável do gênero), com um susto óbvio aqui, outro ali, além da presença de algumas figuras assustadoras. E logo o filme atinge seu ápice, seguindo todos os moldes já experimentados – vimos recentemente esse mesmo padrão sendo utilizado em “Evocando espíritos” – para render-se a conclusão.
E é aí que entra o único "escape" do longa: seu desfecho inusitado; a única razão para não o eliminarmos de vez do rol de filmes que, pelo menos entretem, mesmo quando inúteis.
O problema é que "O mistério das duas irmãs" deixa transparecer descaradamente seu único interesse que é apenas surpreender no final, independente do quanto tenha sido pífio o enredo até chegar ali.

É certo que a reviravolta do final é realmente surpreendente, com certeza méritos da inspiração de “O sexto sentido" (1999), porém, não há justificativa para um filme não se importar com seu contexto, somente para entregar um fim inesperado.
“Os outros" (2001) também utilizou uma tática similar para entregar algo imprevisível, mas isso foi feito de forma bem sofisticada e autêntica, sem deixar em nenhum momento sua identidade ser ofuscada.
Essa é a diferença entre utilizar uma referência e depender totalmente dela, como fez “O mistério das duas irmãs”.

Portanto, ao que parece, os irmãos Guard não levaram muito em conta o fato de dirigirem uma estória já existente, pois, ao recriarem a trama totalmente dependente do final (sem dúvida a parte mais relevante), fazem com que o filme só não seja comprometido caso o espectador não opte por ver primeiro a obra original sul-coreana.
Pelo sim pelo não, se isso acontecer, nada mais se salva, nem sequer o elenco...
E por falar em elenco, temos Elizabeth Banks interpretando a madrasta e comprovando que esse tipo de papel não se encaixa em sua pessoa. Enquanto a insossa Emily Browning, sendo aqui a mais convincente ao representar, erra feio na composição desleixada da personagem (que cabelo e que roupas são aquelas???). Já Arielle Kebbel continua sendo a mesma "garota - coadjuvante - de - filmes - inexpressivos".

Por fim, concluindo o paralelo entre o remake e o original, alguns podem não concordar, mas a obra sul-coreana dá um banho de superioridade. Os elementos utilizados por eles para se provocar o medo são bem mais elaborados, desde o clima aterrorizante da estoria às críveis atuações. Com isso, a mediocridade americana, por se intrometer em um estilo que não é seu, só é mais uma vez ressaltada.
Eu, particularmente, acredito que Hollywood só tem insistido em dar vida a essas "bombas" por um único e infeliz motivo: ainda há um considerável público pra isso. Até mesmo quem não curte, como eu, acaba contribuindo para com a bilheteria, mesmo que involuntariamente...
Por isso, eu imploro: não seja você mais um.


Filme "A ORFÃ"

O filme “A órfã” (Orphan) não é o tipo de película que atrai pelo cartaz – o deste está especificamente medíocre –, muito menos pela sinopse. Sabe por quê?
Que novidade há em filmes sobre órfãos hostis, ou crianças macabras? A se julgar por outros títulos lançados que aborda o tema, nenhuma.
Porém, o diretor Jaume Collet-Serra provou que é possível repaginar o gênero, ainda que não seja de forma totalmente original.

Na estória, temos o casal Kate e John, tentando se readaptar a rotina de casal, após superarem problemas como infidelidade e dependência alcóolica.
Dentre tantos problemas, Kate também sofreu um aborto, e por tal motivo, ela e John decidem adotar uma criança para preencher essa lacuna emocional, apesar de acharem conforto na presença de seus dois filhos biológicos, Daniel e a pequenina Max que é também deficiente auditiva (consequentemente muda).
Então, ao aderirem a adoção, entra em cena Esther, uma menina de 9 anos, que possui um aguçado intelecto, acompanhado de talentos extraordinários, e um gosto peculiarmente nostálgico quanto à indumentária.
A partir da presença de Esther na casa, uma série de eventos perigosamente incomuns passa a ocorrer. E pelo comportamento inicialmente introvertido e suspeito da menina, Kate passa a acreditar que ela esteja envolvida nos tais acontecimentos; o problema é que nem seu marido, nem sua terapeuta, acreditam em sua versão: há algo errado com Esther.

Bom, a primeira lembrança que veio à minha mente ao assistir “A órfã” foi a de “O anjo malvado” (The good son, 1993) estrelado pelo suplantado Macaulay Culkin – elogiável como o vilãozinho do filme na época.
O filme também é ambientado no inverno, com direito a casa na árvore e a referências de acidentes ocorridos em lagos congelados.
Embora, mesmo com semelhanças fáceis de detectar, o espaço cronológico entre eles torna evidente as particularidades e os avanços do tema desde então.
“O anjo malvado” é um filme mais realista e mais comedido no tocante à violência explícita, enquanto “A órfã” recorre a um nível de sadismo e tensão pouco explorados em filmes sobre sociopatas infantis.
Desde o prólogo é possível notar que o longa não se trata de um suspense moderado.

O estilo do diretor Jaume no gênero, pode ser conferido anteriormente na descartável refilmagem “A casa de cera”, marcado por sua pouca consistência contextual, que tenta se compensar pelo visual perturbador que compõem suas cenas.
Em “A órfã” podemos começar por todas aquelas que envolvem a supracitada Esther, interpretada pela precoce Isabelle Fuhrman.
A atriz juvenil que, na verdade, tem 12 anos, e é o que há de melhor no filme. Normalmente um ator mirim ganha evidência na mídia quando este demonstra uma vanguarda habilidade em transmitir emoção. No caso de Isabelle, ela não precisa ser chorosa como Dakota Fanning, ou tão introspectiva como Halley Joel Osment, para o espectador perceber o quão insigne ela é.
Ela realmente demonstra com clareza a frieza e a dissimulação necessária para compor uma personagem tão desumana. E o melhor: ela realmente assusta.

Já a pequenina Aryanna Engineer, como a dócil Max, é uma graça. Eu me encantei ainda mais por ela ao saber que a mesma é deficiente auditiva na vida real.
Quanto ao elenco adulto, o ator Peter Sarsgaard, como John, está confortável no papel, mas é Vera Farmiga que convence melhor no quesito atuação (talvez por seu papel ser notavelmente mais exigente).

Num apanhado geral, pode-se dizer que o filme realmente não é autêntico e abusa dos clichês mais característicos. Até as personalidades de cada personagem é um verdadeiro revival de estereótipos: A mãe depressiva e dedicada, traumatizada por motivos pessoais, que tenta reprimir algum tipo de vício (como bebida, cigarro, ou remédios...); a criança que presencia tudo, mas que, por algum empecilho, não pode contar; o pai indiferente que põe em descrédito os alertas da esposa; o filho ciumento que se torna alvo fácil por sua prepotência; uma autoridade (religiosa, ou civil) ligada à criança que se dispõe a avisar a família...
Tudo muito proposital para que no momento certo cada um tenha sua dose de participação nos sustos e nas surpresas.
Ou seja, é o típico perfil de filmes em que o suspense está centrado na figura de uma criança misteriosa.

Enfim, sem querer parecer contraditório, “A órfã” é uma boa pedida para um suspense. Não que isso retire o incômodo que há em se ver tantos elementos requentados de obras similares, mas só o fato de ser um filme que apresente uma criança como antagonista, não sendo ela um ser imortal, já é um alívio.
O clima pesado e agonizante – ainda mais, para o elenco infantil que, por sinal, tira de letra – deste suspense progressivo, já garante a diversão. Destaque para o desfecho inopinado da trama.
Há alguns que afirmam que esse ou aquele conseguiu desvendar o filme premeditadamente, todavia, tem que se reconhecer que o final é, ainda assim, inusitado.
Agora, ressalto que assistir “A órfã” pode ser uma influência negativa para pessoas que são impossibilitadas de ter filho, se estas se impressionarem fácil. Afinal, após presenciarem tal experiência, mesmo que fictícia, a adoção poderá não ser mais uma opção para eles.