O filme "Push", por intermédio da tradução no Brasil, ganhou o nome de "Heróis". O engraçado é que nem o título original nem o adaptado condizem exatamente com a trama em si. Parecem mais uma mera alusão do que algo definido.
A estória do filme apresenta um jovem, Nick Gant (Chris Evans), que presenciou o assassinato de seu pai, devido a um tipo de poder sobrenatural que ele possuia.
Com o passar dos anos, agora jovem, Nick percebe que herdou a mesma habilidade de seu genitor, e por isso precisa se unir as pessoas certas para escapar dos mesmos agentes que mataram seu pai, estes que pertencem a uma organização que busca aniquilar pessoas que possuem os tais poderes.
Ele encontra Cassie (Dakota Fanning), uma jovem de treze anos que possui o poder de prever o futuro, e se une a ela para manter-se vivo.
Kira (Camilla Belle), uma antiga namorada de Nick, também entra em cena nesta jornada.
Este filme é nada mais nada menos que mais uma história de jovens que, por algum motivo, nasceram com um tipo de mutação genética, resultante no surgimento de super poderes. Contudo, o roteiro sob os cuidados do desconhecido David Bourla, alcançou uma certa peculiaridade. Portanto, mesmo sob uma premissa requentada, o filme tem lá sua originalidade.
Embora, relevando as questões positivas do filme citadas acima, os problemas que o mesmo possui, prejudicam e muito (!) o resultado.
O discorrer da estória que poderia ser bem aproveitado, acaba se perdendo, dando origem a um desenvolvimento altamente superficial, graças a uma direção incauta.
A explicação da trama - lacônica e pouco detalhista - basicamente limitou-se ao prólogo do filme.
Até tentaram compensar a escassez de conteúdo com cenas de ação, porém, as mesmas não foram suficientes. Assim, tudo ficou com um aspecto comedido, dando ao público apenas um vislumbre do que poderia ser o universo dos tais Heróis.
É claro que se vê efeitos especiais, cenas de luta, o último ato bem movimentado, mas mesmo assim faltou consistência.
O próprio protagonista Nick, desconhece a probidade do seu poder - ele consegue com o movimento das mãos lançar coisas ao longe - , e passa o filme todo tentando dominar o mesmo, sem conseguir assimilar em quê isso pode acarretar.
Quanto aos poderes dos personagens, no geral, são todos simples, quase não necessitando de recursos digitais para apresentá-los.
Uns lêem mentes, outros prevêm o futuro, outros emitem um som de grande potência, atordoando o adversário... ou seja, nada que já não tenha sido visto.
O poder mais interessante mesmo é o de Nick, entretanto, essa habilidade, como foi supracitada, é pouco explorada.
Em todas as cenas o poder dele é mostrado sem a grandiosidade com que é apresentada no cartaz do filme. O máximo que se vê são objetos pequenos voando, ou pessoas sendo empurradas. E tudo bem desconcertado, já que o mocinho ainda não sabe usar seu "dom'.
Agora, analisando os atores que encorpam o elenco, eu gostei de Chris Evans ("O quarteto Fantástico") no papel de Nick, que se mostrou à vontade junto às cenas de ação. Carismático, ele hoje está mais convincente como ator.
Camilla Belle ("10.000 a.C."), como Kira, está mais bonita do que talentosa. A inexpressão dela e a falta de química com Nick, incomodam.
Ja a brilhante Dakota Fanning ("Guerra dos mundos"), foi a responsável por roubar as cenas, interpretando a adolescente Cassie, mesmo com o papel não exigindo tanto dela.
Foi inusitado vê-la bêbada em uma cena do filme. Um tanto polêmico pela idade da personagem, mas como ela é especialista em atuações de vanguarda, isso passará batido.
Em suma maioria, o filme é moldado às regras do gênero, tornando-se fácil o trabalho de identificar referências de outros filmes, como por exemplo, "Jumper "(2008).
O enredo de ambos segue o mesmo clima e a mesma composição rasa. Entretanto, a similaridade não se restringe aqui.
Na verdade, o filme "X-men" parece ter sido a grande fonte de inspiração de "Heróis". É como se o diretor Paul McGuigan, tivesse a intenção de criar uma versão teen alternativa com essa estória que, não pode negar sua procedência.
Enfim, se o público não se importar com o rápido desfecho, o proveito será satisfatório, afinal, o filme não é de todo ruím.
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