
Grace, sua personagem, é uma dona de casa áustera, firme e solitária, mãe de dois filhos que, vive num ambiente sombrio, quase que enclausurada em uma mansão escura, em meio aos anos 40 sob os efeitos da segunda guerra mundial, para onde foi seu marido convocado, até então sem dar notícias.
Apesar da inevitável comparação que sofreu com o clássico "O Sexto Sentido" de Shyamalan, e a indiferença da crítica na época, o filme consegue ser tenso, assustador e inovador. Por isso, particularmente, este é o meu filme preferido de Nicole.
Mesmo que o final venha a ter realmente uma semelhança com o inesperado desfecho do sucesso protagonizado por Bruce Willis e Halley J. Osment, o filme conseguiu causar a mesma sensação de imprevisibilidade.

O filme não utiliza uma vez sequer artifícios comuns do gênero, como sangue, mortes ou mutilações. Limitado exatamente a narrativa de suspense, o filme é um tanto lento, mas nada cansativo. A atenção se volta à trama que, conseguiu carimbar uma das cenas mais assustadoras da história do cinema, como a da menina vestida de noiva, supostamente possuída por algo (vê-de a foto abaixo).
As crianças não são um primor de interpretação, mas quero frisar que a atriz mirim Alakina Mann (como "Anne"), conseguiu compor bem o seu papel. Os pequenos atores não foram meras crianças bonitinhas que estavam ali para protagonizar cenas melodramáticas descartáveis.

A forma com que a história se desenrola, o clima asfixiante da casa que não pode ser aberta, nem ter exposição de luz devido a uma doença das crianças, e como tudo isso é resolvido no fim, é o que torna "Os Outros" um suspense de primeira. Nem sempre é necessário abusar de efeitos especiais e mortes explícitas para conseguir criar pavor no espectador.
Talvez se lançado numa época mais distante de "O Sexto Sentido", o filme teria conseguido mais reconhecimento, o que seria mais justo, pois se todos os filmes que se inspiram em algum sucesso fossem desse nível, só teríamos a agradecer.

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