
Todavia, especificamente neste caso, não só Kutcher, mais também seu novo filme “Jogando com prazer”, estão igualmente sofríveis.

Na estória, Nikki (Ashton Kutcher), um típico gigolô que namora Samantha (Anne Heche), se sente privilegiado por suas tantas conquistas amorosas e financeiras. Isso até conhecer Heather (Margarita Levieva), uma garçonete do tipo que se enquadra no perfil de “mulher dos sonhos”, fazendo- o perceber o quanto ele não é realizado no amor. No entanto, esta não pode o corresponder romanticamente falando.
Não tendo muito o que falar deste filme, exatamente por ele ser incomodamente raso, o mesmo é só isso: uma razoável e avulsa película que não progride.
E como já dito, outro ponto de “Jogando com prazer” que vem causando polêmica, além do fato de sua estória não atingir uma sintonia, e assim, se estagnar em muitos momentos, é a sua deriva em cenas sexualmente tórridas e desconcertantes – sem querer passar a idéia de falso moralismo.

E mesmo ele tornando claro para o espectador que o seu forte não é o drama, ainda assim, o mesmo insiste no gênero, como por exemplo, no filme “Por amor”, também recente, em que sua presença é então suplantada pelo talento da veterana Michelle Pfeiffer.
Agora, comparando-o a Meg Ryan quando esta, cometeu o crasso erro de estrelar o desnudo longa “Em carne viva” em 2003, este mesmo erro poderia ser reportado a Ashton Kutcher, devido a ele se envolver em um projeto similarmente fútil e expositivo como “Jogando com prazer”.
Afinal, ambos em assim o fazerem, desvirtuaram suas empáticas imagens, para se infiltrarem em produções contextualmente pobres e excessivamente erotizadas. Embora, é claro que, a repercussão negativa com relação à figura de Ashton com este filme não se equipara as mesmas proporções que teve a de Meg Ryan.
Em primeiro lugar, ela é mulher e ainda vivemos em uma sociedade latentemente machista. E em segundo lugar, vamos combinar que Ashton, mesmo sendo um ator, digamos, solicitado, este ainda não conquistou o título de “Queridinho da América”. Sendo assim, ele não perdeu muito, a não ser a chance de entregar ao público, pra variar, uma boa representação.

Sem mais embargos, concluo que o filme agradou a poucos (incluo-me nessa), alvoroçou os mais pudicos e não transmitiu mensagem alguma, portanto, não o recomendo.

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