21 janeiro 2010

Filme "AUTÓPSIA DE UM CRIME"

Mesmo sem muita expressão, o lançamento do filme “Autópsia de um crime”, ainda assim, deu o que falar. E foi por esta razão que resolvi assistir o filme.

A estória apresenta Ted Gray (Milo Ventimiglia, da série “Heroes”), um jovem médico que acabou de concluir a sua licenciatura entre os melhores da turma. Como consequência disto, ele se insere entre um dos mais prestigiosos programas de Patologia do país.
Logo, ele é convidado pelos jovens patologistas internos a se integrar ao grupo. E aos poucos, o comportamento duvidoso dos tais médicos, deixa transparecer certo mistério.
Por esta razão, Ted começa a sondar os colegas, descobrindo assim um jogo macabro realizado por eles, no qual ele se envolve voluntariamente.

O jogo pode ser descrito da seguinte forma: rotativamente, um dos médicos legista fica incumbido de trazer um novo corpo à mesa. Depois de feito, sem deixar evidências, todos se reúnem secretamente no hospital para realizar a autópsia no corpo, buscando identificar como o responsável praticou o homicídio.
Ganha a aposta àquele que conseguir cometer o crime com maior dificuldade na determinação da causa de morte, de forma que nem o melhor patologista consiga desvendar.

Continuando... Por esta premissa desenvolve-se uma trama fria, que incomoda em muitos momentos, principalmente pelas atitudes perversas tomadas pelos dúbios personagens.
O elenco, bem escalado, dá vida a personagens com personalidades igualmente doentias e calculistas, que não demonstram qualquer tipo de ética, pudor ou respeito com relação aos corpos em que trabalham. Podendo incitar aí uma inquietante curiosidade no público em saber se realmente existe casos assim.

No entanto, o desconhecido e ousado diretor Marc Schoelermann, mesmo tentando retratar os fatos de forma verossímil, conseguindo até extrair do elenco atuações seguras e naturais, traz uma superficial construção narrativa à trama, bem como o desenvolvimento.
A injustificável filosofia de vida dos subversivos médicos é transmitida sem muita lógica, deixando o filme vazio. Talvez, por esta razão, a produção é desnecessariamente recheada de apelativas cenas de sexo e violência.

O roteiro escrito pela dupla Mark Neveldine e Brian Taylor – os mesmos responsáveis pelo filme de ação “Adrenalina” –, peca pelo excesso, soando em alguns momentos exagerado, esquemático e até fetichista.
Outro ponto negativo a ser conferido no longa é em relação à fotografia. Demasiadamente escura e sem qualidade, a mesma passa a idéia de filme amador. Enquanto a trilha sonora, igualmente lamentável, é confusa e irritante.

Agora, levando em consideração a novidade do tema e o seu imprevisível desfecho, pode-se dizer que o filme alcança uma superioridade em relação às bombas do terror “série B” lançadas ultimamente.
Portanto, “Autópsia de um crime” pode ser considerado um entretenimento mediano, ainda que manifeste a sua única e deliberada pretensão em chocar quem o assiste.


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