
Com "Wolf Creek - Viagem ao Inferno" não é diferente. À princípio a estória é semelhante a de muitos filmes do gênero, o que poderia ter feito o mesmo passar desapercebido, pois, a polêmica gerada em torno de massacres em países específicos já foi levantada em alguns filmes, como em "O albergue" e "Turistas". Entretanto, mesmo sendo produzido às escuras e sem muito marketing, esta projeção conseguiu criar alvoroço entre críticos e público, em que as divergentes opiniões eram inevitáveis.

Pra mim, a maior façanha do diretor junto ao roteiro, foi prolongar a exposição dos personagens com seus diálogos dispersos no início do filme, fazendo com que o público crie uma certa empatia para com eles. E melhor, sem deixar escapar qualquer hipótese de quem (e como) morrerá.
E mesmo não sendo original, muito menos inovador, conseguiu ser notável, mesmo sob o efeito de um enredo requentado. Isso se deve a forma competente e convincente das interpretações.

Sem um personagem central, mas com um foco sobre as duas moças, o motorista caipira revela-se um sádico de marca maior, responsável por horas de pânico e tensão, muito bem representados pelos atores. O clima angustiante da estória causa uma certa aversão ao público. O filme mesmo não sendo o mais explícito no quesito "tortura", consegue intimidar.
Por ser filmado em vários cenários desérticos, todo o isolamento dos jovens é retratado com naturalidade, o que perturba ainda mais.
As interpretações supracitadas, sem dúvida, foram responsáveis pelo impacto que o filme causou. Foram as mais verossímeis possíveis, o que pra mim foi um feito, já que a canastrice impera em filmes de terror adolescente.

Eu esperava mais um passatempo dispensável ao julgar pelo tema, mas me deparei com algo bem produzido. As paisagens obscuras, a manipulação e belos ângulos capturados pela câmera; a ótima fotografia; cenas cruas quase sem corte... Tudo isso trouxe um realismo como nunca vi num terror.

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