27 agosto 2009

Filme "ALMA PERDIDA"

A primeira impressão que tive ao ver o cartaz deste filme foi que seria mais um filme de terror requentado, regado de sustos gratuitos. Só que eu não imaginava que seria numa escala tão superlativa!
A sinopse é a seguinte: a jovem Casey Beldon está tendo sonhos envolvendo um menino de olhos azuis. Eles se tornam recorrentes após seu vizinho de 4 anos, do qual ela cuida eventualmente, começar a fazer declarações sem nexo e a agir estranhamente. A partir daí a moça passa a acreditar que esteja sendo atormentada por um espírito.
A atriz Odette Yustman, que teve seu debute em "Cloverfield - monstro", interpreta aqui a jovem Casey.
Acredito que por ser ela dona de um rosto perfeito e uma silhueta desejável, o fator mais requisitado para sua escalação foi exatamente a beleza - acima até mesmo do talento - , já que a mesma iria ter seus atributos físicos ostentados no video.
Ela também possui uma certa expressão, porém, não o suficiente para segurar o filme, nem sequer para criar empatia no espectador.
Quanto ao restante do elenco, digo o mesmo: tem expressão, mas não o suficiente para salvar a película.

O roteiro, como já supracitado, é uma sucessão de clichês ininterruptos. Sua concepção não difere em nada dos filmes de terror já lançados. O que poderia ser apresentado como reminiscência, não passa de uma cópia barata. O pior é que não só de um filme, mas sim, de uma lista!
Com certeza o público irá identificar referências de "O chamado", "O grito", "O olho do mal", "O exorcista"... e a relação só se estende. Chega a ser constrangedor!
Eu mesmo, ao assistir o filme, citava em meio às cenas os outros possíveis filmes que, supostamente, inspiraram a idealização das mesmas.

A direção também erra, entregando um desenvolvimento aborrecido e confuso, culminando em cenas corridas em que quase chegam a ser aleatórias. A mocinha, por exemplo, ao mesmo tempo em que está uma cena na faculdade, aparece em outra tomando banho, sem qualquer ligação entre si.
Sem falar nos vários flashbacks misturando-se ao tempo real, tornando tudo muito superficial e chato.
O único destaque do filme são os efeitos especiais e a coloração azulada das cenas, porém, em alguns casos, o gráfico dá origem à figuras bizarras que não contribuem em nada para com a estória. São só sustos forçados. Isso porque os enredos em si são uma verdadeira salada.
A cena no banheiro da boate mesmo, com Casey rodeada de bichos nojentos, com direito a aparição de fantasma e tudo, é totalmente descabida.

A postura de Casey também não convence muito. Ela possui uma curiosidade exacerbada, totalmente proposital para desencadear as situações mais assustadoras.
Até mesmo ir sozinha de madrugada à um hospital para encontrar uma velha suspeita e esquiva, não soa como anormal para ela.
Já a cena final que, contém a parte mais movimentada do filme, soa até interessante, ainda mais pela sessão de exorcismo, mas quando o tal espírito que persegue a estrela do filme, passa a incorporar pessoas próximas a ela para atacá-la - inspiração que acredito ter vindo do longa "O jogo dos espíritos" -, faz desandar o único momento do filme em que poderia se ter proveito.

Concluindo, o diretor e roteirista da película, David S. Goyer, talvez por preguiça ou por conveniência, não sei (...), criou a maior colcha de retalhos cinematográfica já produzida.
O filme é tão sem originalidade que eu nem me esforcei em redigir um texto melhor. Por isso, eu não recomendo este longa. Se quiserem ver um filme de terror atípico, corra de "Alma perdida"!


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