27 agosto 2009

Filme "PAGANDO BEM, QUE MAL TEM?"

O prólogo de meu comentário destaca a tradução tenebrosa do título: "Zack e Miri Fazem Um Pornô" que foi adaptado para "Pagando bem, que mal tem?".
Com certeza o atrativo do filme não será pelo nome aqui no Brasil - ao contrário do país ianque.

O diretor e roteirista desta película, Kevin Smith, nerd assumidíssimo, entregou seu filme mais escancarado. Em contrapartida, o filme é concluído, curiosamente, de forma comportada.
Bom, na verdade é uma mescla. Inicia-se com todas as fórmulas apelativas em relação ao sexo, para desencandear simplesmente em uma estória de amor.
Na trama temos como protagonista, ninguém mais, ninguém menos que, Seth Rogen, já acostumado a interpretar o típico cara sacana, largadão, graças ao seu timing cômico incomum. Ele que vem ganhando espaço com sua postura irreverente e singular no mundo da comédia, é acompanhado pela bela atriz em ascenção Elizabeth Banks, que está simplesmente adorável.

Os personagens são super criativos e interessantes. Elizabeth incorpora uma mulher quase utópica, sendo romântica no teor certo, mas com um ar politicamente incorreto, muito além do comum. Ambos perfeitos nos papéis.
"Pagando bem, que mal tem?" causou muita polêmica para censura puritana dos EUA, desde um de seus cartazes que trazia a alusão dos atores (Rogen e Banks) praticando sexo oral um no outro, até as excessivas cenas de sexo explícito - apesar de simulativo - e os diálogos picantes, recheado de piadinhas sujas.
Realmente, muita cena de nudez foi mostrada. Até direito a ver o pênis do ator Jason Mewes que participa desta produção, o público teve. O que foi bizarro! Se fosse a Elizabeth nua frontalmente eu respeitaria...hehe (foi necessário a piada).

No filme, Zack Brown (Seth Rogen) e Miriam Linky (Elizabeth Banks) estão com sérios problemas financeiros. Eles que compartilham uma amizade sólida e confidente desde à adolescência, moram juntos. Porém, estão vivendo numa pindaíba sem igual.
Com meses sem pagar contas por causa de sua total falta de dinheiro, eles são jogados de volta a realidade em uma reunião dos antigos colegas de ensino fundamental, famoso High School. O que rende em algumas das cenas mais hilárias, com direito a uma briga de teor homossexual e um selinho por parte de Brandon Routh (o novo "super-homem") e Justin Long (figurinha carimbada do gênero) que fazem uma ponta no longa.

Ao chegarem em casa, Zack e Miriam se deparam com a casa sem energia elétrica, sem água, sem aquecedor, e etc... Diante disto, Zack tem a idéia deles fazerem um filme pornô estrelado por eles mesmo! Como são solteiros, sem familiares vivos, vivendo um pelo outro, a idéia vinga! Aí dá-se início as situações mais hilárias e sem-noção.
A cena em que Banks e Rogen vão desempenhar a cena de sexo deles, é a mais engraçada. Mesmo um tanto caricata, ela condiz com uma das propostas do filme que, é provocar riso a qualquer custo.
O elenco, merecedor de destaque, é simplesmente magistral! Com o hilariante Craig Robinson, as atrizes pornôs Traci Lords e Katie Morgan, e os supracitados Justin long, Brandon Routh e Jason mewes, o circo está armado (nessa frase quase há um duplo sentido, diante da essência do filme).

Diante de tantas cenas tórridas, com um certo exagero escatológico, o desenvolvimento do filme, ainda assim, apresenta uma estória romantizada.
Quando o filme acaba, o espectador fica com a sensação de ter visto uma simples comédia romântica. Todo aquele sexo parece uma desculpa proposital para apresentar um romance sob uma amosfera inusitada, mas que não foge ao lugar-comum.
O desenvolvimento clichê - amigos que desconheciam o real sentimento entre si - e a estória de amor soa, descaradamente, como uma aliviada para o clima erótico do filme. É como se o diretor quizesse desculpar-se por tudo que foi mostrado no início. O grande erro do filme. Não por conter uma subtrama de amor, mas por cair no piegas.

Embora dando umas derrapadas, o diretor Kevin Smith acertou em injetar argumentos tão seguros e absurdos - pornô enriquece e atraia qualquer um -; o que torna o filme interessante.
De qualquer maneira, o filme é bom. Diverte, com certeza! Não tanto quanto eu esperava, mas diverte...
Recheado de alfinetadas psicológicas, humor ácido, e tiradas explícitas e sutis, é um filme pra poucos. Graças a sua ousadia e irreverência. Contudo, esses "poucos" irão se deliciar com tantos elementos escrachados e ordinários.
Diante desse conjunto de idéias, recomendo o filme.


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