27 agosto 2009

Filme "NOIVAS EM GUERRA"

É notório que o cinema está em crise no que diz respeito à criatividade, pois não se vê nada mais que inúmeros remakes de sucessos passados, ou então adaptações de obras literárias. Filmes esses que simplesmente seguem à risca a mesma fórmula do gênero que lhe cabem... e no fim, é sempre entregue ao espectador estórias que não fogem ao convencional.
Como um perfeito exemplo, temos “Noivas em guerra”, esta comédia romântica encabeçada por mulheres – e voltada estritamente para as mesmas –, abordando o tema “casamento” sob a ótica capitalista de seus preparativos.
Adianto desde já que, esta produção aborrecida e recheada de asneiras, não acrescenta em nada aos amantes da sétima arte. Conseguindo apenas a proeza de ser minimalista em conceitos supérfluos.

As protagonistas são ninguém mais ninguém menos que Kate Hudson (que, no início de sua carreira, chegou ser considerada a “nova namoradinha da América”, em lugar de Meg Ryan) e Anne Hattaway (a mais nova queridinha de Hollywood).
A história é sobre duas amigas de infância, Liv (Hudson) e Emma (Hathaway), e como desde pequenas sonham com o casamento perfeito. Então, as duas recebem o pedido de casamento quase que simultaneamente. O problema surge quando, equivocadamente, o casamento delas é escalado para a mesma data no local do casamento dos sonhos das duas, sem qualquer chance de alteração por ser o local requisitadíssimo, do tipo que demora anos para conseguir um espaço na agenda.
Por este motivo, as duas não medem esforços para se sabotarem na tentativa de evitar que se casem no mesmo dia, dando inicio então a um embate dicotômico de rivalidade x amizade.

Como se pode ver, o motivo da briga por si só é banal, a meu ver desenvolvendo-se somente pelo fato de não ser sólido o suficiente o sentimento de amizade de uma para com a outra.
Além disso, os recursos usados pelas duas para se prejudicarem são simplórios e forçados. Vai desde entrar em um salão de beleza sem ser vista, e misturar a tintura de cabelo da outra, até entrar em uma clínica de bronzeamento artificial a jato trocando o tubo de coloração...
Outro exemplo improvável é a forma com que a personagem Emma (Hudson) induz o seu noivo a pedi-la em casamento. Totalmente ridícula!

Quanto ao desempenho das estrelas do longa, Anne consegue se manter confortável no papel, roubando as cenas, sendo a mais engraçada e com a melhor representação – destaque para a cena da aula de dança.
Kate Hudson, por sua vez, mais bonita aqui do que o normal, sai perdendo por seu comportamento esgareiro e sua atuação artificial. O que é triste, pois ela vem se mostrado ruim há algum tempo.
Já os atores que interpretam os noivos são chatos, manipulados e com interpretações dignas de seus papéis secundários.

Agora, ao apontar os fúteis argumentos da narrativa, eu destaco a discussão esquemática e sem nexo entre as mocinhas; assim como a crise existencial que ocorre com a personagem Emma e seu noivo... Resumindo, todos os questionamentos levantados pelas noivas – que não poderiam ser mais vazios.
E como é de praxe em filmes assim, a estória pende para o drama na metade do filme, e quando o desfecho se aproxima o pastelão se descamba na tela, com direito a “barraco’ e tudo!
No entanto, como se não pudesse piorar ainda mais, acontece uma reviravolta descabida em torno de um dos casamentos, sem um mísero desenvolvimento, e ainda por cima, de forma previsível.

No fim, a óbvia reconciliação das duas acontece, o problema é que vem muito fácil (o filme é tão clichê que não importa revelar esse detalhe).
Durante toda a película elas se mantem rivais e empenhadas em sabotar a cerimônia uma da outra; não soa nada convincente as duas voltarem, num piscar de olhos, a serem melhores amigas.
Portanto, por subestimar em todos os sentidos o intelecto do espectador, eu não recomendo este desgastado subgênero cômico intitulado de “Noivas em guerra”.


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