
A estória de uma menina assassinada que busca resolver seu caso do além, por seu assassino ainda estar à solta, não soa, a meu ver, nada interessante.
Eu cheguei a pensar que depois das adaptações literárias e remake tão criativos e bem produzidos, Peter Jackson seria capaz de, satisfatoriamente, dar vida a todo tipo de obra que fosse... ledo engano. O mesmo que cometi com o diretor dinamarquês Lars Von Triers, até assistir “Anticristo”.

Porém, os problemas deste longa não se limitam à trama em si. Ao pesquisar um pouco sobre o filme descobri que o mesmo foi rejeitado pelo público em suas primeiras exibições, resultando-se assim em sua suspensão nos cinemas, tudo para reformular a campanha de marketing, em que o retornariam mais chamativo aos adolescentes – estes mais fáceis de engambelar...
Se toda a alteração com a publicidade funcionou com o, digamos, agora público-alvo, não posso ao certo dizer, mas ao me basear na estória em si, ouso arriscar um palpite desprendido de qualquer expectativas, pois, a crítica americana a bombardeou implacavelmente, e nesse caso, com toda razão.
E como não poderia ser assim? O roteiro por si só é uma tristeza - e no sentido literal da palavra. As falhas são gritantes, a narrativa não se decide por qual gênero seguir, enquanto o visual do filme, apesar de belo e ligeiramente exibido, não deixa de ser demodé. O enredo até tem suas parcelas de terror, suspense e fantasia, mas no fim não passa de uma salada sem nexo, sob uma estendida e maçante duração.

Mark Wahlberg (“Fim dos tempos”) como o pai da moça na estória, está com um visual, pode-se dizer, repaginado e bem jovial (totalmente incoerente se comparado a aparência de sua filha na estória). E como sempre, sua interpretação quase indecifrável não passa da mediania, o que para ele é um elogio.
A mãe é feita por Rachel Weisz (“Constantine”), esta sempre bem em tudo que faz. O único problema que ronda sua personagem é a ausência sem mais nem menos da mesma na estória, muito mal desenvolvida por sinal.
De qualquer modo, eu acredito que a estória não emplacou por de fato ser extremamente incômoda e mórbida.
Pense: que sentido tem o espectador presenciar o hediondo assassinato de uma jovem e por duas horas vê-la postumamente sofrendo, e assim também seus pais, sabendo que, obviamente, ela não terá um final dos mais dignos?
Tudo bem, ela vai pro céu, aparentemente o melhor destino após o seu precoce fim. Porém, mesmo assim, a circunstância que a levou até o dito paraíso não deixa de ser deprimente. O que fica ainda pior ao presenciarmos um céu tão limitado e tatibitati como o representado aqui.

Pra quem não entendeu, essa necessária ressalva é uma negativa indireta ao desempenho do diretor Peter Jackson, do qual eu esperava mais... pelo menos algo que fosse superior a uma perspectiva clichê e um céu chinfrim.

3 comentários:
Esse eu achei um ótimo filme ( apesar de detestar efeitos e tal -aliás exageraram nos efeitos , mais enfim ,apesar disso eu gostei).
É realmente filme de baixo orçamento mais a historia em si é boa.
O importante é o conteúdo. O que mais chamou minha atenção e despertou minha admiração foi a educação da garota. Esse tipo de liberdade criativa que educa está em falta hoje em dia.
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