09 outubro 2009

Filme "TRANSFORMERS 2 - A VINGANÇA DOS DERROTADOS"

Como era de se esperar, “Transformers 2 - a vingança dos derrotados” vem com a intenção de ser um dos maiores filmes pipoca de todos os tempos...
E eu não posso discordar, sendo que este é um dos filmes mais exagerado que já vi, em todos os sentidos.

Ao contrário do original, nesta sequência ninguém brilha ou ganha destaque, nem sequer o astro Shia Labeouf como o protagonista Sam. Tudo é ofuscado pelos gigantescos robôs visualmente indecifráveis.
Shia deve ter se sentido em um “revival” do filme “Controle absoluto”, pois mais uma vez, ele simplesmente precisou correr e correr muito (!!) o filme todo.
Em nenhum momento ele pôde explorar mais características da personalidade de seu personagem porque não houve essa abertura por meio do roteiro.
O diretor Michael Bay simplesmente deu uma continuidade simplória e sem nexo a estória do primeiro filme, e recheou o resto do longa com cenas de efeitos especiais extremamente complexas e profusas.
Pois é, ele não fez nada mais que simplesmente apelar para todo o tipo de efeito visual e despejar tudo na tela.

Ainda que a qualidade do gráfico do filme seja o único motivo elogiável, tudo é muito confuso em diversos momentos, como por exemplo, nas lutas e nas transformações - pra não dizer tudo!
Não será surpresa se espectador se perguntar o que está acontecendo em cena ao assistir à massiva presença de peças mecânicas em choque, faíscas, explosões, misturando-se cores, luzes e sons. Características mais do que oriundas se tratando do fútil Michael Bay.

Em relação à trama do filme, não há desenvolvimento contextual algum, somente pirotecnia, nada mais que isso.
O filme é tão apressado na composição de suas cenas que mais parece um thriller estendido (e põe estendido nisso!!). Cansa se deparar com tanta ação banal em uma duração tão prolixa.
Não houve chance também de se criar envolvimento, ou empatia pelos personagens como foi possível no primeiro. Até o próprio desfecho do filme não surpreende, sendo que de fato, não havia mais o que ser mostrado.
Enfim, se o primeiro não tinha um roteiro consistente, aqui é pior! Os escassos enredos foram todos acoplados em um só, formando um mísero compêndio sob uma lógica anacrônica que só serve de prumo para tanto barulho e tantas lutas.

A comicidade fácil e típica do gênero também não é deixada de lado aqui. As tiradas pastelões aqui soam, por incrível que pareça, como um alívio em meio a tanto alvoroço (destaque para uma cena com um aparelho de choque portátil muito engraçada).
Shia Labeouf demonstra melhor seu carisma em cenas cômicas. Afinal, não é nada empolgante para um filme com grande apelo para a ação, ter o herói correndo a todo tempo soltando gritinhos constrangedoramente agudos.
Já a toda boa Megan Fox, mais uma vez como a passiva namorada do mocinho, não faz nada no filme a não ser mostrar-se bela – o que ela faz com competência, claro!
Sempre filmada nos melhore ângulos, a câmera só busca enaltecer sua beleza pra alegria dos marmanjos de plantão.

Alguns furos ao longo do vídeo são gritantes. Uns são bem descarados, como o do personagem Agente Simmons (John Turturro) escalando uma pirâmide (isso mesmo, uma pirâmide!), e em questão de segundos o vemos sair do meio da mesma para o topo, sem mais nem menos.
Outra interessante é a do personagem Sam (Shia), ao ser ferido pelo impacto de uma bomba lançada contra ele, tendo assim a parte esquerda do rosto extremamente machucada; passada algumas tomadas, lá está seu rosto com apenas alguns arranhões. Penso que, talvez, ele tenha adquirido poderes de se regenerar como o Wolverine, vai saber...
E por falar em personagem do “X-men”, até mesmo uma decepticon revestida de aparência humana - pra ser mais exato, como uma insinuante garota - traz à lembrança os mutantes vilões da saga do professor Xavier.

Tem uma cena que de tão pífia me fez chorar de rir: Sam praticamente em uma experiência de quase-morte, com direito a todos os clichês desta situação. Não irei entrar em detalhes para não “estragar” o momento.
Aliás, clichês em nenhum momento são economizados aqui: Corridas em câmera lenta; muitos close up´s; pop rock meloso de fundo; a câmera circulando em traveling; o patriotismo explicito representado pela presença do exército americano; cenas aéreas exageradas, e por aí vai.

Outro fato que incomoda é a surrealidade que Michael Bay dá a estrutura óssea humana.
Shia cai de alturas descomunais e nada lhe acontece! Ah, não, eu não poderia esquecer que ele machuca a mão...
Ele, tipo, poderia rolar despenhadeiros, caminhões caírem sobre ele, e nada lhe aconteceria. Ou melhor, ele machucaria apenas a mão (aff...). Isso, é claro, até vir a próxima tomada para ela estar totalmente curada – falácias dignas de Bay.

Concluindo, Para se aproveitar “Transformers 2 - a vingança dos derrotados” (péssima adaptação do título original), basta desligarem o cérebro e aproveitar as exorbitantes explosões que compõem quase 80 % do filme.
Nem preciso diser que há esta hora a imagem de Shia Labeouf como "nerd" já se tornou indelével , e algum dia, infelizmente, isso pesará na carreira dele.



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