Logo que foi lançado, devido às opiniões divergentes, eu não me interessei em assistir a este pseudo-terror intitulado como “Arraste-me para o inferno” (Drag Me to Hell), mas como tenho obsessão pela sétima arte, eu fiquei sem opção e tive que ver esta pérola.
Minha primeira impressão: decepção! Isso mesmo, eu sei que é um filme altamente subjetivo para Raimi, como uma espécie de auto-homenagem ou nostalgia de carreira, mas não me impressionou.
E já adianto: minha visão sobre o filme tem estrita relação com meu gosto pessoal. Eu nunca me identifiquei com filmes do subgênero terror-trash, nem quando estavam no auge, que dirá agora na Era dos “remakes – adaptações - plágios - cinematográficos”.
A estória é sobre Christine, uma jovem gerente de crédito bancário, que passa a ser atormentada por um demônio, resultado de uma maldição lançada contra ela por intermédio de uma senhora.
Tudo isso se dá por ser Christine a responsável pela negação de um empréstimo solicitado pela tal idosa, fazendo com que a mesma perca assim sua casa pela falta de pagamento da hipoteca. Por tal motivo, o culmine dessa represália sobrenatural é buscar Christine dentro de três dias para “arder” no inferno.
E já adianto: minha visão sobre o filme tem estrita relação com meu gosto pessoal. Eu nunca me identifiquei com filmes do subgênero terror-trash, nem quando estavam no auge, que dirá agora na Era dos “remakes – adaptações - plágios - cinematográficos”.
A estória é sobre Christine, uma jovem gerente de crédito bancário, que passa a ser atormentada por um demônio, resultado de uma maldição lançada contra ela por intermédio de uma senhora.
Tudo isso se dá por ser Christine a responsável pela negação de um empréstimo solicitado pela tal idosa, fazendo com que a mesma perca assim sua casa pela falta de pagamento da hipoteca. Por tal motivo, o culmine dessa represália sobrenatural é buscar Christine dentro de três dias para “arder” no inferno.
Bom, o inegável talento de Raimi, o diretor e roteirista aqui, foi reconhecido por volta dos anos 80, graças ao filme “A morte do demônio”. Talvez, por isso a recepção do público foi tão calorosa no que diz respeito a “Arraste-me ao inferno”, pelo fato de Raimi ter se mantido longe dos filmes de horror por um considerável tempo – motivado por seu empenho no projeto “Homem-aranha” –, marcando por meio deste seu retorno ao terror (ou a espécie alternativa do mesmo, criada por ele).
O prólogo do filme já nos dá referência de que este longa nos remeterá à época do debute de Raimi no mundo do cinema.
E por tal motivo eu até entendo que a maioria dos espectadores assimilou a intenção, pode-se dizer, intrínseca de Raimi com esse filme, porém, ainda assim não vejo isso como razão para tanta incúria por parte dele com a produção.
O filme tem um roteiro interessante, digamos até criativo e parcialmente bem montado, contudo, totalmente exagerado e picaresco.
As continuações de “A morte do demônio” que, no Brasil são conhecidos como “Uma noite alucinante 2 e 3”, tinham essa pegada cômica no roteiro, mas não era esquecido em nenhum momento o seu maior objetivo como representante do terror: assustar.
Em “Arraste-me para o inferno” não se vê nada além de sustos regados por recursos burlescos, causando um confronto comprometedor entre riso e medo. O excesso de situações versadamente repugnantes mostra que o diretor não perdeu a mão, mas sim, a noção de limite nesse quesito – o “beijo” que Christine recebe da velha, envolvido por um líquido esverdeado, é extremamente desagradável de se presenciar.
Constantemente o espectador é bombardeado com cenas asquerosas que se desandam em uma comédia descabida. O que deveria ser uma reminiscência da carreira de Raimi, acaba não passando de um deboche com seu próprio estilo.
Uma coisa é certa, poucos filmes de terror conseguem a façanha de inserir humor ao roteiro sem prejudicar a tensão. Definitivamente, “Arraste-me para o inferno” não se enquadra nesse aspecto.
O prólogo do filme já nos dá referência de que este longa nos remeterá à época do debute de Raimi no mundo do cinema.
E por tal motivo eu até entendo que a maioria dos espectadores assimilou a intenção, pode-se dizer, intrínseca de Raimi com esse filme, porém, ainda assim não vejo isso como razão para tanta incúria por parte dele com a produção.
O filme tem um roteiro interessante, digamos até criativo e parcialmente bem montado, contudo, totalmente exagerado e picaresco.
As continuações de “A morte do demônio” que, no Brasil são conhecidos como “Uma noite alucinante 2 e 3”, tinham essa pegada cômica no roteiro, mas não era esquecido em nenhum momento o seu maior objetivo como representante do terror: assustar.
Em “Arraste-me para o inferno” não se vê nada além de sustos regados por recursos burlescos, causando um confronto comprometedor entre riso e medo. O excesso de situações versadamente repugnantes mostra que o diretor não perdeu a mão, mas sim, a noção de limite nesse quesito – o “beijo” que Christine recebe da velha, envolvido por um líquido esverdeado, é extremamente desagradável de se presenciar.
Constantemente o espectador é bombardeado com cenas asquerosas que se desandam em uma comédia descabida. O que deveria ser uma reminiscência da carreira de Raimi, acaba não passando de um deboche com seu próprio estilo.
Uma coisa é certa, poucos filmes de terror conseguem a façanha de inserir humor ao roteiro sem prejudicar a tensão. Definitivamente, “Arraste-me para o inferno” não se enquadra nesse aspecto.
Voltando-se agora à presença de Alison Lohman (“A lenda de beowulf”) como protagonista, eu posso afirmar que sua representação facécia ficou “bem ajustada” a proposta do filme. Não estou dizendo que ela seja uma má atriz, mas ela só precisou manter-se o filme todo com uma expressão de pavor. Sem contar que ela não se enquadra ao perfil de bancária como propõe o filme.
Ah, e não é só ela, grande parte do elenco não tem uma figura adaptável ao papel que lhe cabe, a não ser Lorna Raver, ao encarnar a velha odiosa e nada higiênica da estória, com sua performance brilhante e convincente. Ela conseguiu causar os mais variados sentimentos negativos em mim com relação à sua personagem – otimamente caracterizada, por sinal.
Já a trama, bastante genérica e de desfecho previsível, lembra alguns outros títulos cinematográficos tão senis quanto os filmes do extinto programa televisivo da Rede Bandeirante, o “Cine Trash”. Se isso é um ponto favorável, preciso rever meus conceitos.
Outros fatores que me incomodaram muito nesta projeção foram: o áudio constantemente destoado pelo som alto; os erros plásticos absurdos de continuidade em algumas cenas; e alguns efeitos especiais totalmente parcimônicos.
É aí que entra o tal argumento defensivo de muitos: o supracitado diretor estava querendo reviver os tempos de seu início de carreira, utilizando meios similarmente limitados aos existentes da época.
Tá, eu já entendi, só que isso seria aceitável se o filme fosse definitivamente uma sátira, mas não é. Isso não justifica a utilização de métodos obsoletos e o clima histriônico e antiquado da estória. Não preciso nem sequer citar a intolerável bigorna que aparece do nada (só assistindo para entender quão vil é a cena).
Ah, e não é só ela, grande parte do elenco não tem uma figura adaptável ao papel que lhe cabe, a não ser Lorna Raver, ao encarnar a velha odiosa e nada higiênica da estória, com sua performance brilhante e convincente. Ela conseguiu causar os mais variados sentimentos negativos em mim com relação à sua personagem – otimamente caracterizada, por sinal.
Já a trama, bastante genérica e de desfecho previsível, lembra alguns outros títulos cinematográficos tão senis quanto os filmes do extinto programa televisivo da Rede Bandeirante, o “Cine Trash”. Se isso é um ponto favorável, preciso rever meus conceitos.
Outros fatores que me incomodaram muito nesta projeção foram: o áudio constantemente destoado pelo som alto; os erros plásticos absurdos de continuidade em algumas cenas; e alguns efeitos especiais totalmente parcimônicos.
É aí que entra o tal argumento defensivo de muitos: o supracitado diretor estava querendo reviver os tempos de seu início de carreira, utilizando meios similarmente limitados aos existentes da época.
Tá, eu já entendi, só que isso seria aceitável se o filme fosse definitivamente uma sátira, mas não é. Isso não justifica a utilização de métodos obsoletos e o clima histriônico e antiquado da estória. Não preciso nem sequer citar a intolerável bigorna que aparece do nada (só assistindo para entender quão vil é a cena).
Todos sabem que o foco dos filmes de terror de hoje é totalmente distinto dos anos 80, época em que nada era tão crível no tocante a arte de amedrontar. A filosofia era: quanto mais sangue e mais explicitasses nas cenas, melhor. Entretanto, ainda mantenho minha opinião sobre a incoerência do filme. Sinceramente não consegui me envolver, mesmo sendo ele esforçado em entreter o espectador. Assistir algo somente para rir, quando na verdade a sensação deveria ser outra, sob a única recomendação de “não se levar a sério”, não combina com minha concepção de diversão. A categoria “comédia” é mais apropriada a esta visão.
Como disse antes, comédia e terror são gêneros que esporadicamente combinam, e aqui a relação dos dois, a meu ver, não teve êxito.
Também, um filme em que se tem a presença de Justin Long (“Ele Não Está Tão a Fim de Você”) seria demais pedir algo mais sério e definido. Apesar de sua presença no semi-assustador “Olhos famintos”, sua filmografia é marcada por filmes de caráter cômico, então... dizer mais o quê?
Concluindo, eu não consegui aproveitar o filme, mas não posso simplesmente denegri-lo, como também não posso recomendá-lo com todas as condecorações. Existem muitos que irão aproveitar bem o longa, já eu, não consigo indicá-lo sem antes alertar que não é um filme para ser relevado (mesmo!!).
Se você, leitor, é do tipo que curte rir de momentos bizarros não importando o contexto, este é “ô” filme, caso contrário, você se decepcionará como eu, mesmo compreendendo que "Arraste-me para o inferno" foi totalmente intencional em suas falhas.
Como disse antes, comédia e terror são gêneros que esporadicamente combinam, e aqui a relação dos dois, a meu ver, não teve êxito.
Também, um filme em que se tem a presença de Justin Long (“Ele Não Está Tão a Fim de Você”) seria demais pedir algo mais sério e definido. Apesar de sua presença no semi-assustador “Olhos famintos”, sua filmografia é marcada por filmes de caráter cômico, então... dizer mais o quê?
Concluindo, eu não consegui aproveitar o filme, mas não posso simplesmente denegri-lo, como também não posso recomendá-lo com todas as condecorações. Existem muitos que irão aproveitar bem o longa, já eu, não consigo indicá-lo sem antes alertar que não é um filme para ser relevado (mesmo!!).
Se você, leitor, é do tipo que curte rir de momentos bizarros não importando o contexto, este é “ô” filme, caso contrário, você se decepcionará como eu, mesmo compreendendo que "Arraste-me para o inferno" foi totalmente intencional em suas falhas.