Eu hesitei bastante em assistir "A troca" por não me identificar muito com filmes dramáticos, apesar de serem neles que se presencia, na maioria das vezes, as melhores atuações.
Num sábado à noite sem muito o que fazer, resolvi assistí-lo. E não me arrependi... tanto.
Eu não conheço muito a carreira de Clint Eastwood, talvez por protagonizar e dirigir filmes de gênero não tão atrativos a meu ver, mas confesso que ao assistir este longa, as comparações com o também dirigido por Clint, "Sobre meninos e lobos", foram instantâneas. Desde a temática similar - rapto infantil - até a criação classicista das cenas.
O roteiro se baseia em um caso real ocorrido entre 1928 e 1930. A personagem central Christine Collins, vivida pela bela Angelina Jolie (não tão bela aqui), sai para trabalhar e deixa o filho Walter em casa com um babá. Na volta não o encontra mais.
Ao recorrer à policia, eles restituem à ela uma criança presumindo ser a dela, o que não é. E mesmo ela mantendo-se relutante, o oficial responsável insiste na idéia de que encontraram a criança desaparecida.
A partir dessa premissa inicia-se uma história longa, fria e angustiante.
Angelina Jolie sempre foi reconhecida por seus lábios acentuados e insinuantes. Dona de uma beleza invejável e de uma postura incisiva no cinema, ela se apresenta aqui como uma dócil, frágil e recatada mulher, sem a beleza que lhe marcou durante sua carreira.
Apesar de eu não ter achado o filme emocionalmente definido, a atuação de Jolie foi pra mim enternecedora. Seus gestos, seu semblante, tudo muito bem representado e adequado à época. Mesmo não sendo uma tarefa fácil vê-la assim tão ingênua e contida.
Sua personagem, debilmente inocente com relação ao que lhe rodeia, sofre abusivamente pelas circunstâncias que lhes são impostas devido ao acontecimento com seu filho: ter de lutar contra a polícia de Los Angeles, para provar o erro deles na busca pelo menino, e simultaneamente tentar reaver o mesmo.
Por ser uma história real, é possível se sentir incomodado com tudo o que acontece com Christine. injustiçada inúmeras vezes, o seu culmine é o sanatório. Graças a ajuda do Reverendo Gustav Briegleb (feito habilmente por John Malkovich), um homem implacável em denunciar a intransigência e a corrupção da corporação de polícia de Los Angeles, Christine é ouvida e notada por toda a cidade, criando um alvoroço que ela jamais imaginará ou talvez quisera.
Apesar de eu não ter achado o filme emocionalmente definido, a atuação de Jolie foi pra mim enternecedora. Seus gestos, seu semblante, tudo muito bem representado e adequado à época. Mesmo não sendo uma tarefa fácil vê-la assim tão ingênua e contida.
Sua personagem, debilmente inocente com relação ao que lhe rodeia, sofre abusivamente pelas circunstâncias que lhes são impostas devido ao acontecimento com seu filho: ter de lutar contra a polícia de Los Angeles, para provar o erro deles na busca pelo menino, e simultaneamente tentar reaver o mesmo.
Por ser uma história real, é possível se sentir incomodado com tudo o que acontece com Christine. injustiçada inúmeras vezes, o seu culmine é o sanatório. Graças a ajuda do Reverendo Gustav Briegleb (feito habilmente por John Malkovich), um homem implacável em denunciar a intransigência e a corrupção da corporação de polícia de Los Angeles, Christine é ouvida e notada por toda a cidade, criando um alvoroço que ela jamais imaginará ou talvez quisera.
Em meio à seca dramaticidade, o filme envolve o espectador no início do filme, o problema é que Clint prolonga demais o video inserindo à história o julgamento do caso, detalhando cada ponto, tornando o longa menos empático. Principalmente por seu desfecho não ser o típico "final feliz".
É exatamente nesse momento que o filme tira o foco do sofrimento da mocinha, e tenta expurgar todos os erros acometidos à ela, apresentando a idéia de que a corrupção não está nas instituições, mas naqueles que as compõem, frisando as acusações, a investigação e a conclusão do caso. E assim, torna-o extremamente cansativo nos momentos finais (e quantos tiveram!).
Enfim, só posso dizer que "A troca" não é o filme que eu esperava. É mais inquietante do que emocionante. Em muitos momentos é sombrio, desviando-se mais para o suspense do que para o melodrama. E muitos pontos são exgerados e duvidosos (como o reverendo chegando na clínica na hora em que a personagem seria punida com choques em sua cabeça, evitando que assim o fizessem).
Mas o que mais me fez questionar o filme (e não o acontecimento em si) foi que a babá do filho de Christine nunca foi interrogada, como destacou muito bem um cinéfilo que admiro ao também resenhar sobre o filme em seu blog.
Então, para concluir, eu recomendo o filme, mas tenho a certeza de que qualquer um que vier assistí-lo distinguirá o excesso e a tibieza que Clint teve com uma tão comovente história.
É exatamente nesse momento que o filme tira o foco do sofrimento da mocinha, e tenta expurgar todos os erros acometidos à ela, apresentando a idéia de que a corrupção não está nas instituições, mas naqueles que as compõem, frisando as acusações, a investigação e a conclusão do caso. E assim, torna-o extremamente cansativo nos momentos finais (e quantos tiveram!).
Enfim, só posso dizer que "A troca" não é o filme que eu esperava. É mais inquietante do que emocionante. Em muitos momentos é sombrio, desviando-se mais para o suspense do que para o melodrama. E muitos pontos são exgerados e duvidosos (como o reverendo chegando na clínica na hora em que a personagem seria punida com choques em sua cabeça, evitando que assim o fizessem).
Mas o que mais me fez questionar o filme (e não o acontecimento em si) foi que a babá do filho de Christine nunca foi interrogada, como destacou muito bem um cinéfilo que admiro ao também resenhar sobre o filme em seu blog.
Então, para concluir, eu recomendo o filme, mas tenho a certeza de que qualquer um que vier assistí-lo distinguirá o excesso e a tibieza que Clint teve com uma tão comovente história.